Déo e seus tipos

Sabe aqueles dias em que você acorda se achando a gostosa?
Eu acordei outro dia assim e decidi colocar a cara no mundo...fui fazer minha caminhada no parque perto de casa.
Na primeira volta dei de cara com um "gajo" bonitão e charmoso que andava com seu cão, pensei "hoje este é meu"! Ele não teve dúvidas em se aproximar e começar uma conversa.

- "Oi, nunca te vi por aqui, meu nome é Marcos e o seu?"
- Deodora, prazer, nunca te vi por aqui também
- " Vamos sentar um pouco?"
- Claro!

A história era perfeita: um homem atraente, uma boa conversa, inteligente e muito mas muuuito interessado! Conversamos por muito tempo, falamos sobre muitos assuntos, ele trabalhava com gastronomia, tinha a mesma idade, ou seja, tudo para dar certo.

Trocamos telefones e marcamos para aquele mesmo dia uma saída para conversarmos mais um pouco.
Fiquei encantada com a conversa e mais tarde Marcos ligou "a cobrar" para a minha residência...embora eu não tenha gostado decidi atender ao telefone o que eu considero um erro, mas fico cega, surda e muda quando me encanto.

Combinamos o encontro da noite com uma observação - eu o pegaria em sua casa, pois ele não tinha carro. A história do carro era a seguinte: ele tinha sofrido um acidente de carro quando mais novo e depois disto não quis mais comprar carro para poder investir em estudos.

Saímos, conversamos, ficamos, conversamos mais um pouco, ficamos de novo, ele pagou a conta (tinha saído uns R$10,00 no máximo) e eu o deixei em sua casa...

"Não era o fim" - pensei

Em 2, 3 dias ele já estava me pedindo em namoro, chamando de meu amor, mas também pediu para que eu tivesse paciência, pois ele estava num momento difícil na vida profissional - Momento difícil na vida profissional = ele não estava trabalhando na área, estava desempregado e de vez em quando aparecia um evento para fazer, mas era um dia aqui e outro daqui dois meses. Como eu, estava num momento carente topei a situação dando um crédito para ele.

Os dias foram passando e ele continuou ligando a "cobrar" até o dia que eu pedi para ele comprar um cartão telefônico (sim, ele não usava celular também). 

Quando saíamos era sempre o mesmo discurso: que o mundo estava contra ele e que ele não desistiria de conseguir chegar onde queria. Onde era mesmo? Não lembro, acho que ele queria ser alguém na vida. Eu penso da seguinte forma: quem quer vai a luta: trabalha no shopping como vendedor, arranja emprego em supermercado, vende purificador de água, sei lá, dá um jeito para conseguir alguma grana e ir atrás dos seus objetivos!

Ele não. Ele trabalharia somente se fosse perto da casa dele e se ele pudesse ir ou apé ou de bike. Se recusava a usar ônibus ou metrô, não ia em festa se não fosse de classe e de rico e dizia ele que só tinha amigos ricos. O sujeito morava no Itaim Bibi - bairro bom em SP.

Eu comecei a procurar empregos para ele e ligava para dizer qual era a vaga em qual endereço e tal (sim, meu máximo da tolerância foi utilizada com ele). Cheguei a passar uns números de telefone de contatos importantes que eu arrumei através de uma amiga e ele pediu para que eu anotasse os números  porque ele estava sem caneta e não dava para anotar. Vontade nenhuma em trabalhar...aquilo foi me consumindo.

Mas o limite para mim foi no dia que íamos à casa de amigos meus para um almoço. Ficamos de comprar tudo para o almoço, ficamos não, eu fiquei.

Tive que buscá-lo em casa (ele não andava de ônibus lembra?), tive que comprar tudo (e pagar) e ainda na hora de ir embora da casa dos amigos ele queria ir ao motel, só que eu teria que pagar.

- "Como é? Pagar o motel? Déo? E você? Foi?" (Bete, Patty, Fabi e Gaby me perguntando)

- Claro que não, deixei ele em casa dizendo que estava cansada demais...e não liguei mais. Só que ele me ligou no dia seguinte e eu falei umas verdades. Como ele era todo dramático disse que eu estava brincando com os seus sentimentos, chorou, esperneou, berrou no telefone, falou que eu estava partindo o coração dele. E detalhe - isto tinha acontecido em apenas duas semanas, não durou mais do que isto.

Ah, e sabem o cão do começo da história? 
Não era dele não, era de um amigo que estava viajando e que pagava todas as despesas do cão mais um valor adicional para ele, por ele estar cuidando...

"- Cai fora Deodora!!!!!" - (Bete, Patty, Fabi e Gaby nos meus ouvidos)

Comentários

Anônimo disse…
Essa Déo não tem jeito mesmo!! Se mete em cada enrosco rsrsrsrs
Mas ela esta certa, tem que se jogar mesmo!!!
Assim qdo ela conhecer o cara certo, ela sera bem recompensada!!!!!!
Anônimo disse…
Acho que Déo deu uma chance para ela mesma, no momento que achou ser o dela. Deu oportunidade de conhecer alguém, mesmo que este alguém seje diferente daquilo que procurava, mas sem saber, graças a ele, ela saberá o que não quer para sua vida, e que não se deixa enganar,e que ainda busca ser feliz. Porque apesar da dificuldade nos relacionamentos e a carência bater, ela, como mesmo disse, antes de tudo é alguém, é mulher, inteligente, bonita,independente... que sabe o que quer, e que não se contenta com pouco.
E acho que tem que ser assim, pois todo mundo tem o que merece. Basta não desistirmos de sermos felizes e aprender com os erros.
Raquel M. disse…
Déo, essas histórias rendem posts muito criativos, e também, nos fazem aprender, cair, levantar, aprender, cair, levantar! É assim a vida!

Beijos!

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